Em comemoração ao Dia Internacional do Grafitti, a Zona Oeste do Recife será palco do 1º Mutirão Circuito das Cores, que vai colorir e transformar a Escola Municipal de Santa Luzia, no bairro de Areias, e a rua Antônio Carneiros, no Jiquiá, entre os dias 27 e 30 de março.

O evento é voltado para jovens de 13 a 18 anos e traz uma programação intensa com oficinas de graffiti, ações socioeducativas e shows gratuitos, visando promover cultura, cidadania e a revitalização de espaços públicos da comunidade.

Oficinas de graffiti e combate ao bullying

Entre quinta-feira (27) e sábado (29), das 9h às 13h, o artista visual Lemos comandará oficinas de graffiti na Escola Municipal Santa Luzia. Serão 15 vagas para estudantes da própria unidade, que irão refletir sobre temas como racismo, classe social, valorização da vida e bullying.

Ao longo dos três dias, os jovens participantes produzirão desenhos baseados nessas discussões, transformando as vivências em arte e expressão.

A ação faz parte do Programa Colorindo Recife, com apoio da Secretaria de Inovação Urbana.

Mutirão artístico celebra grafiteira Tati Naara

No sábado (30), das 9h às 21h, a rua Antônio Carneiros, no Jiquiá, será revitalizada por meio do mutirão artístico. Esta edição homenageia a grafiteira Tati Naara, referência na cena do hip hop nacional, com 14 anos de carreira e vencedora do Prêmio Estadual e Nacional de Hip Hop 2024.

“Queremos trazer um olhar mais afetuoso e positivo para esse espaço abandonado. Vamos revitalizar, colorir e transformar a entrada da comunidade em um cartão postal”, destacou Tati Naara, que também ressaltou o papel social do projeto para os moradores.

Ações sociais e lazer para a comunidade

O Circuito das Cores vai além do graffiti. A programação inclui ação social, com serviços gratuitos como corte de cabelo, trançados e um espaço infantil para brincadeiras e lanches.

A comunidade também poderá participar de batalhas de rimas, apresentações de breaking, atividades de escrita urbana, além de uma roda de diálogo sobre cultura hip hop e cidadania.

Shows e encerramento com atrações gratuitas

O evento culminará com apresentações artísticas que prometem animar o público. Os DJs Renna, Big e Charles comandam as pick-ups, enquanto o grupo Família Malanarquista e o Baile Charme REC garantem o swing e o clima festivo da noite.

Para a coordenadora de produção do evento, Mila Barros, o Circuito das Cores também representa a força feminina dentro da cena: “Esse movimento reconhece a potência das mulheres que sempre estiveram à frente de grandes festivais e enfrentaram invisibilidades. Tati Naara é uma referência e abre caminhos para outras mulheres”.

Hip hop como ferramenta de transformação

Tati Naara reforça o papel do hip hop em sua trajetória pessoal e profissional: “Quero que a comunidade se confraternize, conheça o movimento e veja como ele foi importante para eu superar o preconceito e o bullying, especialmente com minha deficiência visual”.

O Circuito das Cores busca, assim, transformar espaços e pessoas por meio da arte urbana e da cultura hip hop, fortalecendo laços comunitários e levando novas perspectivas para os moradores da Zona Oeste do Recife.