A força feminina dentro do hip hop pernambucano ganhou uma nova expressão com o lançamento do videoclipe “Chama Ela”, da rapper Fabidonas (@fabidonas). O projeto audiovisual foi lançado pelo selo Escada Music, da Batalha da Escadaria - Recife (@batalhadaescadaria), exaltando a autonomia, o protagonismo e a ancestralidade feminina nas periferias.
Com letras afiadas, a rapper celebra a crescente participação das mulheres na cultura urbana e reforça a importância da sua contribuição nas artes, na literatura, na poesia, na educação, na política, nas pautas raciais e de gênero.
Produção independente com raízes no centro da cidade
Gravado nas ruas do centro do Recife, o videoclipe valoriza a arte urbana local e resgata memórias visuais da cidade. A direção e edição são assinadas por Flávio Marques, com assistência da própria Fabidonas e de Luiz Carlos, criador da Batalha da Escadaria. A produção musical é liderada por Lucas Lurofelli — filho da artista — em parceria com Tufão PDR, com scratchs de DJ Beto.
A produção de áudio foi realizada no estúdio da PDR Produções Records (PE), que também ficou responsável pela captação, mixagem e masterização. A artista Larissa Rossini, filha de Fabidonas, também integra o elenco do clipe, que marca a estreia da rapper em videoclipes oficiais.
Versos de resistência: “Chama ela pra versar”
Com um refrão marcante — “Chama ela, chama ela pra jogar / chama ela, bota esse som pra tocar / chama ela, sintoniza os alto falantes / chama ela, pra versar, pra versar” — a música reforça a voz da mulher como instrumento de luta.
Fabidonas comemora:
“O clipe reforça que as nossas vozes são poderosas na luta pelo fortalecimento das mulheres que fazem e já fizeram arte urbana no estado e no Brasil. O movimento é e sempre foi de resistência”.
Trajetória de militância e rimas desde os anos 2000
Desde 2004, Fabidonas trilha seu caminho no rap nacional. Ela iniciou sua jornada com o grupo “Donas”, lançado pelo selo In-Bolada Records, sendo indicada ao prêmio Hutuz como melhor demo feminina nacional.
Atualmente, é referência no hip hop do Nordeste e liderança da Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop PE (FNMH2PE), além de integrar a Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop (FNMH2).
Sua trajetória é marcada pela presença em batalhas de rima, eventos culturais e movimentos sociais. Seus versos refletem vivências reais das quebradas e reforçam seu papel como poeta, arte-educadora, produtora cultural e ativista.
Letras que afirmam identidade, ancestralidade e resistência
Em “Chama Ela”, Fabidonas costura versos que afirmam sua identidade negra, indígena, periférica, feminina e LGBTQIAPN+, em um chamado à luta coletiva:
“Filha de uma deusa, valente! / fui preparada! / minha mãe se dedicou, grata pelo que aprendi / quero junto às verdadeiras que torcem por mim…”
“Já era voz e autora / a minha própria emissora.”
As letras carregam denúncias sociais, críticas ao patriarcado e homenagens às mulheres que constroem a cultura de resistência urbana.
Parcerias musicais e ritmos diversos
Desde 2020, Fabidonas lançou faixas como “Meu Corre” e “Dona de Mim”, ambas produzidas por Lucas Lurofelli, que mistura em seus beats rap, trap, boom bap, funk, soul, dub, afrobeat e ritmos da cultura popular. A união entre mãe e filho fortalece a musicalidade e o legado da artista.
Ativismo e presença em coletivos culturais
Fabidonas também integra diversos coletivos e projetos de resistência e valorização da cultura hip hop, como:
Ela já esteve presente em eventos como o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), Fórum Social Mundial (RS), TV Universitária, Rec'n'Play, Festival Preamp, Polo Hip Hop, Red Bull Batalha do Freestyle, Rec Beat, e Semana da Consciência Negra da Unicap.
Ficha técnica do videoclipe “Chama Ela”
Assista ao videoclipe e compartilhe essa voz
“Chama Ela” não é só um clipe. É um grito de resistência, de representatividade e de transformação social. É um marco para o rap feminino nordestino e uma inspiração para as gerações futuras que veem na cultura urbana um caminho de libertação e empoderamento.