A partir deste ano, a Receita Federal intensifica o controle sobre as operações financeiras realizadas por contribuintes. Com uma regra que entrou em vigor na virada de 2024 para 2025, instituições financeiras, operadoras de cartões de crédito e empresas de pagamento digital agora devem enviar dados detalhados sobre transações financeiras de pessoas físicas e jurídicas.
Essa ampliação marca uma nova fase na fiscalização tributária brasileira, buscando se alinhar aos padrões internacionais de transparência financeira, como o Padrão de Declaração Comum (CRS).
Quem Deve Reportar e o Que Será Monitorado?
A nova exigência abrange:
Antes, a Receita já recebia informações de bancos tradicionais, incluindo dados de aplicações financeiras, planos de previdência, seguros e investimentos em ações. Agora, com a inclusão de instituições menores e plataformas digitais, o alcance da fiscalização se expande consideravelmente.
Critérios e Envio das Informações
O envio das informações será realizado semestralmente, com prazos específicos:
As instituições financeiras deverão reportar apenas os valores acima de:
Os dados serão enviados por meio da declaração e-Financeira, que integra o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped).
Objetivos e Impactos da Nova Regra
A Receita Federal explicou que a medida busca:
Além disso, a modernização reflete o avanço do sistema financeiro e o crescente uso de tecnologias digitais de pagamento, como o PIX.
Histórico da Fiscalização Financeira no Brasil
A fiscalização de transações financeiras no país começou em 2008, com a criação da Declaração de Informações sobre Movimentação Financeira (Dimof), após o fim da CPMF. Desde 2015, a Dimof foi substituída pela e-Financeira, um sistema mais moderno que consolidou informações como valores de créditos e débitos mensais.
Embora o sistema não exija detalhes de cada transferência bancária, ele é parte fundamental do esforço da Receita para garantir maior controle fiscal e combater práticas ilícitas.
Alinhamento com Padrões Internacionais
A ampliação da fiscalização também posiciona o Brasil em linha com iniciativas globais, como o CRS, que incentiva o compartilhamento de informações financeiras entre países para combater fraudes fiscais.
A Receita Federal reforça que a medida não representa um aumento da carga tributária, mas sim um aprimoramento do monitoramento e combate a práticas irregulares, contribuindo para um sistema mais justo e eficiente.
Como os Contribuintes Devem se Preparar?
Para evitar problemas, a Receita orienta os contribuintes a:
O avanço na fiscalização é mais uma etapa no processo de digitalização e modernização do sistema tributário brasileiro, refletindo o compromisso com a ética fiscal e a transparência.