O Náutico está prestes a entrar no seleto grupo de clubes brasileiros que aderiram à Sociedade Anônima de Futebol (SAF), uma mudança estrutural que promete revolucionar a gestão e os resultados da equipe. Na semana passada, o clube assinou uma proposta não vinculante apresentada por um grupo de investidores, interessados em adquirir 90% das ações do Timbu.

Caso o negócio seja concretizado, ainda precisando da aprovação do Conselho Deliberativo e dos sócios, o Náutico será o quarto clube da Série C 2025 a adotar este modelo de gestão empresarial.

A Trajetória da SAF na Série C

Na Série C, a SAF já tem exemplos significativos, com resultados variados:

• Figueirense (SC): O pioneiro, tornando-se clube-empresa em 2017. Após um início conturbado com a holding Elephant, que encerrou a parceria em apenas dois anos, o clube consolidou a SAF em 2022, com um investimento de R$ 120 milhões.
• Londrina (PR): Aprovou a SAF em janeiro de 2023, com 90% das ações vendidas à Squadra Sports. Apesar de uma campanha sólida que levou o time ao quadrangular final da Série C, o acesso não veio.
• Maringá (PR): Um caso de sucesso. Fundado em 2010, tornou-se SAF em 2022. Desde então, alcançou duas finais do Campeonato Paranaense e conquistou o acesso à Série C em 2023.

Outros Clubes Rumo à SAF

Além do Náutico, outros times estão em diferentes estágios de transição:

• Botafogo-PB: Aguardando a convocação da Assembleia Geral de Sócios para oficializar a mudança.
• Retrô (PE): Embora já seja um clube-empresa, ainda não é tecnicamente uma SAF. O presidente Laércio Guerra planeja a mudança em breve.
• Ituano (SP): Estava perto de virar SAF em 2024, mas a votação foi adiada por falta de quórum.
• São Bernardo (SP): Operando como Sociedade Limitada (Ltda), está em negociações para adotar o modelo SAF.

O Que É a SAF?

A Sociedade Anônima de Futebol (SAF) foi regulamentada pela Lei 14.193/2021, permitindo que clubes brasileiros se transformassem em empresas. Os principais benefícios incluem:

• Gestão profissionalizada e transparente
• Modelos de governança corporativa
• Melhor acesso a financiamentos e investimentos
• Mudança no regime de tributação

O Impacto para o Náutico

Para o Náutico, a transição para a SAF pode representar um divisor de águas. Com uma gestão mais eficiente e injeção de capital externo, o clube terá condições de:

• Sanar dívidas históricas;
• Investir em infraestrutura e categorias de base;
• Reforçar o elenco para competições nacionais e estaduais.

Próximos Passos

Agora, o foco está na aprovação interna do modelo pelo Conselho e pelos sócios. Com o avanço do processo, o Náutico pode se consolidar como um exemplo de modernização no futebol nordestino e nacional.

A SAF é mais do que uma tendência; é uma oportunidade de transformação e sustentabilidade para clubes históricos como o Timbu.