Em reunião híbrida realizada nesta segunda-feira (30), o Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM) aprovou o reajuste tarifário de 4,29% para os ônibus da Região Metropolitana do Recife (RMR). Com isso, o valor do Bilhete Único, principal tarifa do sistema, passará de R$ 4,10 para R$ 4,30, após arredondamento.
O reajuste, abaixo da inflação acumulada de 7,63% entre março de 2023 e novembro de 2024, foi defendido pelo Governo de Pernambuco como uma forma de “não onerar os usuários do transporte de passageiros no Grande Recife”. A nova tarifa entrará em vigor no dia 5 de janeiro de 2025, após homologação pela Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) e publicação no Diário Oficial do Estado.
Reajustes nas Demais Tarifas
Enquanto o Bilhete Único teve um aumento moderado, as outras tarifas do sistema foram ajustadas pela inflação acumulada de dois anos (7,63%). Confira os novos valores:
Subsídios do Governo e Medidas de Mitigação
O Governo de Pernambuco, que atualmente subsidia o transporte público na RMR em cerca de R$ 310 milhões por ano, afirmou que o reajuste moderado do Bilhete Único foi possível graças à absorção de parte dos custos pelo poder público.
Desse montante, R$ 60 milhões são destinados à manutenção do bilhete único, introduzido em março de 2024 após a extinção do anel B e sua unificação ao anel A. Esse subsídio, segundo o governo, é uma medida estratégica para evitar aumentos mais expressivos que poderiam impactar diretamente os usuários, especialmente os 99,18% que utilizam essa modalidade tarifária.
Impacto do Reajuste e Gestão do Sistema
O Grande Recife Consórcio de Transporte, responsável pela gestão do sistema, argumentou que, embora os insumos do transporte tenham sofrido aumentos significativos, a decisão de aplicar um reajuste inferior à inflação foi baseada na necessidade de manter a modicidade tarifária.
“Este reajuste reflete o esforço do Governo do Estado em equilibrar a sustentabilidade financeira do sistema com a preservação do poder aquisitivo dos usuários”, destacou a nota oficial.
Perspectivas e Expectativas para 2025
Apesar do aumento, o reajuste tarifário não está vinculado a melhorias imediatas na frota ou à climatização dos veículos. O sistema continuará enfrentando desafios relacionados à renovação dos ônibus, que em alguns casos já ultrapassam o limite operacional recomendado de oito anos de uso.
Além disso, a aplicação da Lei Estadual 16.787/2019, que prevê a climatização gradual da frota, segue suspensa devido à falta de previsão de custos na planilha tarifária.
Com as novas tarifas em vigor, a expectativa é de que o debate sobre a qualidade do transporte público, investimentos em infraestrutura e acessibilidade permaneça como prioridade para gestores e representantes dos usuários ao longo de 2025.