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Pesquisadores da UFPE descobrem nova espécie de fungo em Pernambuco: Gibellula agroflorestalis

Fungo exclusivo parasita aranhas e destaca a importância dos sistemas agroflorestais para a biodiversidade e o equilíbrio ecológico.

Publicada em 20/02/25 às 18:27h - 726 visualizações

por Blog Amparo


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 (Foto: Divulgação/UFPE)

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) anunciaram a descoberta de uma nova espécie de fungo, batizada de Gibellula agroflorestalis. Esta é a primeira espécie do gênero Gibellula registrada em sistemas agroflorestais (SAFs) em todo o mundo, além de ser um marco para Pernambuco, onde não havia registros de fungos desse grupo, nem em matas naturais, nem em agroflorestas.

A pesquisa foi publicada na conceituada revista científica Journal of Invertebrate Pathology e representa um avanço no estudo da biodiversidade fúngica e na compreensão dos processos ecológicos em ambientes agroflorestais.

O Fungos do Gênero Gibellula: Exclusividade em Parasitar Aranhas

Os fungos do gênero Gibellula são conhecidos por sua especialização em parasitar exclusivamente aranhas. No caso da Gibellula agroflorestalis, ela foi identificada em 17 aranhas parasitadas, coletadas em três áreas de sistemas agroflorestais e em um fragmento de Mata Atlântica nos municípios de Abreu e Lima e Paudalho, em Pernambuco.

Essa espécie apresenta características únicas, conforme detalhou a pesquisadora Julie Erica da Rocha Alves, doutoranda em Biologia de Fungos e autora principal do artigo:

  • Aparência: Tapete micelial branco cobrindo o corpo da aranha, com um ou dois sinêmios brancos saindo do abdômen.
  • Conidióforos: Estruturas verrucosas a globosas, com vesículas espatuladas a cônicas, diferenciando-se das vesículas globulares observadas em outras espécies.
  • Esporos (conídios): Lacrimoides a subclavados, outro diferencial que contribuiu para a identificação.

A análise do fungo combinou métodos de coleta e preservação, caracterização morfológica e estudos moleculares e filogenéticos, o que garantiu a precisão no registro da nova espécie.

Importância Ecológica dos Sistemas Agroflorestais (SAFs)

A descoberta da Gibellula agroflorestalis em sistemas agroflorestais reforça o papel desses ambientes como promotores de biodiversidade. Os SAFs, que integram árvores, cultivos agrícolas e, em alguns casos, animais, criam condições ambientais semelhantes às matas nativas, favorecendo a preservação de organismos como fungos, aranhas e outros agentes naturais de controle biológico.

"O novo fungo desempenha um papel fundamental no equilíbrio ecológico, funcionando como um controlador natural de populações de aranhas, que, embora sejam importantes predadores de insetos, também precisam ser reguladas para a estabilidade do ecossistema", explica Patrícia Vieira Tiago, coautora do artigo e professora do Departamento de Micologia da UFPE.

Contribuições para a Agricultura Sustentável

Os sistemas agroflorestais oferecem benefícios não apenas para a biodiversidade, mas também para a agricultura sustentável. A presença de fungos como o Gibellula agroflorestalis nesses ambientes ajuda no controle biológico de pragas, reduzindo a necessidade de agroquímicos e promovendo um manejo mais ecológico e equilibrado das culturas agrícolas.

Além disso, o envolvimento de agricultores no estudo foi fundamental para aumentar o entendimento sobre a importância da biodiversidade nos SAFs. A interação entre cientistas e agricultores durante as coletas permitiu que os produtores reconhecessem a riqueza biológica presente nesses sistemas produtivos e sua relevância para a preservação dos ecossistemas.

Significado do Nome e Homenagem às Agroflorestas

O nome Gibellula agroflorestalis foi escolhido em homenagem às agroflorestas, ressaltando o impacto positivo desse modelo de uso da terra para a conservação da biodiversidade e o equilíbrio ecológico.

Ana Carla da Silva Santos, pós-doutoranda no Departamento de Micologia e coautora do artigo, destaca que a escolha do nome reflete a valorização dos sistemas agroflorestais como espaços ricos em biodiversidade e essenciais para práticas agrícolas sustentáveis.

Equipe Científica e Colaboração Interdisciplinar

A descoberta da Gibellula agroflorestalis foi possível graças ao trabalho colaborativo de uma equipe interdisciplinar:

  • Julie Erica da Rocha Alves: Doutoranda em Biologia de Fungos e primeira autora do artigo.
  • Patrícia Vieira Tiago: Professora do Departamento de Micologia da UFPE.
  • Ana Carla da Silva Santos: Pós-doutoranda em Micologia.
  • Sheila Karine Belo Pedroso: Mestranda em Biologia de Fungos.
  • Roger Fagner Ribeiro Melo: Professor do Departamento de Micologia.

Um Passo Importante na Preservação da Biodiversidade

A descoberta da Gibellula agroflorestalis não apenas amplia o conhecimento científico sobre o gênero Gibellula, mas também reforça a importância de práticas agrícolas sustentáveis, como os sistemas agroflorestais, para a conservação da biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas.

A pesquisa é um exemplo do impacto positivo que a ciência pode ter na preservação da natureza e no desenvolvimento de soluções sustentáveis para a agricultura e a conservação ambiental.




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